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A Verdadeira Felicidade

“Extensiva faixa da humanidade terrena transita entre os limites do instinto e os pródomos da razão, mais sequiosos de sensação do que ansiosos pelas emoções superiores, natural que se permitam, nesses dias, os excessos que reprimem por todo o ano, sintonizados com entidades que lhes são afins, é de lamentar, porém, que muitos se apresentam, nos dias normais, como discípulos de Jesus” (Nas Fronteiras da Loucura, p. 52, Manoel P. de Miranda).
A Doutrina Espírita veio nos orientar de forma profunda e definitiva a respeito da realidade da vida, o motivo pelo qual existimos, porque algumas situações ocorrem conosco, o sentido existencial de Jesus para a humanidade, a compreensão das Leis Divinas e tudo que envolve os dois planos em que estamos inseridos na Terra: o plano físico e o plano espiritual.

Desde os tempos memoráveis em que Jesus encarnou na Terra para nos deixar ensinamentos incomparáveis de amor e verdade, que temos, muitas vezes, tropeçado nas teias dos nossos interesses pessoais, adiando o convite existencial do Mestre para que trabalhemos efetivamente em prol da nossa felicidade real e da nossa paz de consciência, “não como o mundo vo-la dá”, dizia Jesus.

Temos ainda buscado de forma insistente a felicidade em situações imediatistas, superficiais, que visam satisfazer a urgência de sensações. São práticas ainda muito aceitas e incentivadas em nossa cultura, que tem como parâmetro principal o plano do ganho material. Entre essas práticas nos deparamos com a festa popular do carnaval, especialmente em nosso país.

Configurando-se como uma das épocas mais esperadas no Brasil pela expectativa de diversão, de euforia e de lazer, o carnaval carrega em si dados muito alarmantes nos dois planos da vida. No plano encarnado essa festa mobiliza de forma muito intensa as campanhas de segurança e de saúde públicas, uma vez que se constitui em um dos períodos do ano com maior número de acidentes no trânsito. Além disso, pessoas de todas as idades cometem exageros de todas as espécies, num profundo ato de violência a si mesmos, na ânsia de atender a ditadura do prazer. No plano espiritual, por sua vez, o cenário é ainda mais alarmante e revelador.

Muitas obras psicográficas de cunho doutrinário sério compõem outros importantes estudos a cerca da relação entre o plano encarnado e espiritual, particularmente as obras do Espírito Manoel Philomeno de Miranda “Nas Fronteiras da Loucura” e “Entre dois Mundos”, que abordam diretamente a realidade espiritual envolvendo a festa popular do carnaval.

No livro “Nas Fronteiras da Loucura”, Philomeno esclarece que nesse período de intensas festas os indivíduos que nelas se entregam acabam atraindo para a mesma faixa vibratória espíritos vampirizadores, estabelecendo, através de uma vinculação entre mente encarnada e mente desencarnada, uma parceria que visa nada mais do que desfrutar as sensações ainda inferiores.

O autor espiritual ainda descreve em “Entre dois Mundos” que “em face dos desconcertos emocionais que os exageros festivos produzem nas criaturas menos cautelosas, há uma verdadeira infestação espiritual perturbadora da sociedade terrestre, quando legiões de espíritos infelizes, ociosos e perversos, são atraídas e sincronizam com as mentes desarvoradas” (Entre Dois Mundos, p. 61, Manoel P. de Miranda).

Basta nos questionarmos com sinceridade e coragem: Como é possível seres criados pela Suprema Inteligência de todo o universo, que é Deus, encontrar a satisfação real e a verdadeira felicidade em ações de natureza puramente sensualistas como as descritas por Manoel Philomeno de Miranda? Para todo aquele que se propõe a ser livre dos impositivos da matéria é importante considerar que se torna impossível preencher a Essência Divina que somos através da busca desenfreada em satisfazer desejos passageiros.

A lei de liberdade nos possibilita escolher qual o caminho queremos tomar, tanto quanto a lei de responsabilidade nos convida a recebermos as consequências. Dessa forma, a verdadeira felicidade, a que todos nós estamos destinados, é uma conquista mediante esforços em conhecermos a nós mesmos e nos tratarmos com o mesmo amor que o Pai Celestial nos trata a todos.

A Doutrina Espírita não nos alerta sobre a realidade da vida para que nos sintamos culpados ou incapazes, muito pelo contrário, está em nossas vidas para nos auxiliar a melhor proceder e para que alcancemos a verdadeira felicidade, aquela que é, de fato, a única felicidade realmente possível.

Renata Garutti Rossafa
Mato Grosso (FEEMT)


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